Quem disse
que esta ausência te devia?
Quem pensou
que esta denúncia se enganava?
Que um dia era pior
que outro dia
Que à noite era melhor
porque sonhava?
Quem disse
que esta dor te pertencia?
Quem pensou que este amor
me perturbava?
Que o longe era mais perto
se fugias
Que o dentro era mais longe
porque estavas?
Quem disse
que este ardor te evidencia?
Quem pensou que esta pena
me cansava?
Que calar era pior
se te despia
Que gritar era melhor
se te largava?
Quem disse
que esta paixão me curaria?
Quem pensou que esta loucura
me passava?
Que deixar-te era paz
porque corria
Que querer-te era mau
porque te amava?
Quem disse
que esta paixão te espantaria?
Quem pensou que esta saudade
me rasgava?
Que tudo era diferente
se te via
Que o pior era saber
que aqui não estavas?
Quem disse
que esta ternura te devia?
Quem pensou que este saber
se enganava?
Neste langor crescente
que crescia
Neste entender de nós
que cintilava?
Maria Teresa Horta
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3 comentários:
APEGO
Chamo navegar
a este apego
A este acinte
aportado ao mote,
que é amar sem nunca desamar
mesmo para lá da própria morte
Maria Teresa Horta
zeca
O TEMPO
Foste o meu passado
e serás o meu futuro
mesmo quando o futuro
já tiver acabado
O princípio e o termo
a luz e o escuro
quando o fim do presente
já tiver terminado
Maria Teresa Horta
A saudade é dor sem resposta
o amor é faca na costela
o beijo é benesse de anjos
e teu cheiro é meu veneno...
que importa que estejas longe
se te sinto aqui bem perto
se sei que quando outrem beijas
é em mim que tua boca pensa...
que importa o céu sem luas
se voce que é minha lua
entra pela minha janela e me beija...
és poderosa....sou o que te ama.
no infinito de tuas razões
estarei eu, à tua espera.
e quando disseres, voltei
direi apenas, és minha !
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