22/09/08

José Mário Branco - Inquietação



A contas com o bem que tu me fazes 

A contas com o mal por que passei 

Com tantas guerras que travei 

Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas 

Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas 

Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação 

É só inquietação, inquietação 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer 

Qualquer coisa que eu devia perceber 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei ainda

Ensinas-me a fazer tantas perguntas 

Na volta das respostas que eu trazia 

Quantas promessas eu faria 

Se as cumprisse todas juntas

Não largues esta mão no torvelinho 

Pois falta sempre pouco para chegar 

Eu não meti o barco ao mar 

Pra ficar pelo caminho

Cá dentro inqueitação, inquietação 

É só inquietação, inquietação 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer 

Qualquer coisa que eu devia perceber 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei 

Porquê, não sei ainda

Cá dentro inqueitação, inquietação 

É só inquietação, inquietação 

Porquê, não sei 

Mas sei 

É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer 

Qualquer coisa que eu devia resolver 

Porquê, não sei 

Mas sei 

Que essa coisa é que é linda

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