Boa noite solidão
Vi entrar pla janela
Teu corpo de negrura
Quero dar-te a minha mão
Como a chama duma vela
Dá a mão à noite escura
Os teus dedos solidão
Despenteiam a saudade
Que ficou no lugar dela
Espalhas saudade plo chão
E contra a minha vontade
Lembras-me a vida com ela
Só tu sabes solidão
A angustia que trás a dor
Quando o amor a gente nega
Como quem perde a razão
Afogando o nosso amor
No orgulho que nos cega
Com o coração na mão
Vou pedir-te sem fingir
Que não me fales mais dela
Boa noite solidão
Agora quero dormir
Porque vou sonhar com ela
Vi entrar pla janela
Teu corpo de negrura
Quero dar-te a minha mão
Como a chama duma vela
Dá a mão à noite escura
Os teus dedos solidão
Despenteiam a saudade
Que ficou no lugar dela
Espalhas saudade plo chão
E contra a minha vontade
Lembras-me a vida com ela
Só tu sabes solidão
A angustia que trás a dor
Quando o amor a gente nega
Como quem perde a razão
Afogando o nosso amor
No orgulho que nos cega
Com o coração na mão
Vou pedir-te sem fingir
Que não me fales mais dela
Boa noite solidão
Agora quero dormir
Porque vou sonhar com ela
1 comentário:
Fernando Maurício.
Aí está ele. O pintas. O atrevido. O cantador na noite. Daqueles a quem se grita; "Ah, fadista."
Um de entre muitos fadistas filhos do povo. De pouco ou reduzido reconhecimento a nível nacional, contrariamente a outros que ostentam nomes nobres ou clericais. Fadista popular no cantar e no viver. Habitante das horas mortas de Alfama e Mouraria. Por vezes mal servido de músicas ou de letras. Mas sempre genuino. Irmão da noite e das guitarras. Militante no fado. Vadio na solidão.
Boa noite, Fernando!
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