08/02/11

Leitura Partilhada 6

Os homens são o que são pela sua natureza. Dir-se-ia que esta é uma fórmula demasiado vaga, mas tem afinal um sentido preciso, cru e verdadeiro. A natureza é, como o diz a expressão inglesa, drive, impulso, a compulsão e omnipotência do desejo, o que radica no que está antes da reflexão e do julgamento, o que é, e é como necessidade – de respirar, de comer, de fazer sexo, por vezes de agredir. Tudo isso é necessário, é a condição da vida sempre e em todos os lugares, e tudo isso é desejado e é desejado porque é bom, porque sacia a necessidade e saciar a necessidade dá prazer.
E o que os Bororo nos ensinam é que o homem é tanto mais capaz de superar a natureza quanto mais é capaz de se reconhecer como parte dela.

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