Não há machado que corte
a raiz ao pensamento
não há morte para o vento
não há morte.
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
sem razão seria a vida,
sem razão.
Nada apaga a luz que vive
num amor, num pensamento,
porque é livre como o vento,
porque é livre.
Letra de: Carlos de Oliveira
03/01/08
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1 comentário:
Este poema, musicado por Manuel Freire, foi uma das cantigas da resistência. Quantos da minha geração, reunidos na clandestinidade de um quarto ou na penumbra da sala dos fundos de alguma colectividade, não cantámos baixinho: "Não Há Machado que Corte", "Os Vampiros", "Canta Camarada, Canta", "Menino do Bairro Negro"...
Não pode ser descrito o prazer de cantarmos juntos aquilo que era proibido cantar. Nem os sentimentos que aqueles poemas incendiavam em nós.
Cantávamos baixinho para a PIDE não ouvir, mas quando saíamos para a rua éramos maiores, mais confiantes, mais fortes, capazes de regenerar o mundo num provável 25 de Abril, ainda difuso mas inevitável.
Obrigado por este e outros momentos da Farpa Kultural.
Zeca
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